
GT de Educação
O Grupo de Trabalho (GT) de Educação da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) - Seção Local Belo Horizonte (SLBH) busca atuar em questões referentes à educação básica e superior de forma geral e, em específico, no contexto das e dos docentes de Geografia em Belo Horizonte e arredores. As questões propostas para discussão e intervenção são feitas pelas(os) associadas(os) participantes e encaminhadas pelo coletivo. As atividades visam ultrapassar as discussões buscando formas de intervenção e apoio mútuo. As reuniões do GT podem ocorrer uma vez ao mês ou, em momentos de maior demanda, dependendo das necessidades e trabalhos em construção pelo coletivo, com maior periodicidade.
No ano de 2020, o grupo continuou suas atividades de forma remota e foram discutidas as seguintes temáticas e ações decorrentes:
1 - Ensino Remoto nas escolas públicas de Minas Gerais
Associadas e associados, professoras e professores de Geografia, especialmente da Rede Pública Estadual de Ensino de Minas Gerais, colocaram em pauta para o GT a discussão sobre o ensino remoto na pandemia e o programa proposto pelo Estado. Foram discutidas também as realidades enfrentadas na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, que optou por não iniciar nenhum tipo de atividade remota, e na rede particular, que continuou com as aulas de maneira remota da mesma forma e horários como aconteciam presencialmente, gerando uma sobrecarga de trabalho para os/as professores/as.
As discussões então centraram-se no Regime Especial de Atividades Não Presenciais (REANP) da Rede Pública Estadual de Ensino de Minas Gerais, em vigor desde 18 de abril de 2020. A opção por essa frente de trabalho deveu-se principalmente à forma como foi instituído o regime, à péssima qualidade do material disponibilizado, tanto o Plano de Estudos Tutorado (PETs) quanto as vídeo aulas do Programa "Se liga na Educação", e à ausência de diagnóstico sobre a possibilidade de acesso pelos estudantes a esses materiais e ao Aplicativo Conexão Escola ou aplicativos de mensagens instantâneas e emails para contato com os/as professores/as. Nesse momento, o GT da SLBH soube da iniciativa do GT de Educação da SL Juiz Fora e resolveu pela articulação dos trabalhos. A partir de então foram realizadas reuniões conjuntas e decidiu-se por duas frentes de ação: i) a análise técnica do material de Geografia presente no PET 1 e nas vídeo aulas correspondentes; ii) a produção de um manifesto pela interrupção do REANP. O Manifesto e seus pareceres foram publicados no dia 28 de julho de 2020.
Após a publicação do Manifesto, intentou-se a continuidade dos pareceres para os próximos PETs, no entanto, verificou-se que tal proposta era inviável devido à sobrecarga de trabalho dos/as professores/as participantes dos GT e também devido ao fato de que a continuidade das correções não interviria nos PETs publicados, sendo que a denúncia de sua qualidade de produção já havia sido feita.
Materiais produzidos:
- Manifesto pela interrupção do regime de atividades não presenciais em Minas Gerais
- Pareceres técnico-científicos referentes ao volume I do Plano de Estudos Tutorado (PET)
- Notícia no site AGB Nacional
- Manifesto incluído no Observatório Geográfico sobre os Impactos do Covid-19
- Podcast Entre Espaços AGB Juiz de Fora - Episódio #1 - O fracasso do ensino público remoto em Minas Gerais: conversa com a Professora Álida Alves (Faculdade de Educação da UFMG e GT de Educação SLBH), Professora Alice Monerat (Rede Pública Estadual de Ensino de Minas Gerais e GT de Educação SL Juiz de Fora) e o estudante Adryan Pereira (Rede Pública Estadual de Ensino de Minas Gerais, em Conselheiro Lafaiete), sobre o Regime Especial de Atividades Não Presenciais de MG, seus impactos na vida dos sujeitos escolares e algumas perspectivas futuras para o cenário da educação pública pós-pandemia no estado.
2 - Continuidade das discussões para 2021:
Ensino Híbrido e o que será da docência daqui em diante?
Após nove meses de Ensino Remoto Emergencial, avaliamos a experiência do ano e por sugestão de um dos integrantes iniciamos a discussão sobre o Ensino Híbrido, tema que tem aparecido nas diversas redes educacionais. A rede municipal começou, por exemplo, a formar comissões em cada escola, com a participação da comunidade escolar, para discutir o retorno das aulas presenciais. As escolas particulares já contam com os protocolos contratados por empresas especializadas. Na rede estadual, percebe-se a introdução da ideia do ensino hibrido nas reuniões das escolas, porém não verificou nenhuma ação concreta que atenda as necessidades específicas de cada escola, ouvindo a comunidade escolar e respeitando a gestão democrática.
Nesse sentido, discutiremos as formas que serão propostas para essas modalidades com foco no protagonismo do professorado e da interação com suas comunidades escolares para a construção de alternativas viáveis e acessíveis para cada contexto específico. A busca desse protagonismo visa barrar ações verticalizadas que repitam os erros cometidos durante o ano de 2020, a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras das redes e a não geração de mais sobrecarga de trabalho para os/as professores/as. Nesse sentido, a busca será também em articular ações com outras entidades e instâncias governamentais e dentro das próprias escolas, tentando recuperar os sentidos e finalidades da escola para além da educação.
2.1 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Geografia:
O Chamamento do Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), em 13 de outubro e com prazo de resposta até 20 de dezembro em relação à "Orientação para as Diretrizes Curriculares de Geografia", com uma proposta de reformulação (Proposta Preliminar 1) já pronta e publicada em 01 de setembro, causou revolta e indignação dentre a comunidade geográfica. Alertadas/os pelo geógrafo Douglas Santos em vídeo no youtube e em seguida pela live promovida pelo GT de Educação da Seção Local Niterói, nos mobilizamos enquanto GT para compor a Comissão Nacional da AGB que iria se debruçar e agir sobre o tema.
Nesse sentido, foi realizada reunião da Comissão em 25 de novembro de 2020 e decidida a realização de uma atividade de leitura pública da referida "Proposta Preliminar 1" no dia 05 de dezembro de 2020, na qual houve participação de docentes da educação básica e superior, discentes e profissionais de Geografia de todo país. Após a leitura foi decidida a elaboração de uma carta à comunidade geográfica. Uma vez concluída a carta, abriu-se para a assinatura no período de 11 a 17 de dezembro de 2020, chegando-se a um total de 2.443 assinaturas de membros da comunidade geográfica. A carta foi enviada ao CNE/MEC e ainda aguardamos resposta.
A partir do entendimento de que a ameaça ao ensino de Geografia não foi inaugurada com a proposta de reformulação das Diretrizes Curriculares, tampouco se circunscreve a ela, a Comissão foi ampliada em termos de participantes e conteúdo de debate. Assim, desde abril/2021 a Comissão vem desenvolvendo, com atividades mensais (oito, no total), o Ciclo de Diálogos "AGB Debate - Políticas Educacionais Contemporâneas: O Ensino de Geografia sob ameaça (1988-2021)", no qual se debatem as diversas reformas da educação em curso, tais como a formação de professoras/es da Educação Básica, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Novo Ensino Médio.
Material produzido:
2.2 - BNC-Formação de professores
Paralelamente à questão das DCNs, aprofundamento das discussões sobre a Resolução CNE/CP nº 12, de 20 de Dezembro de 2019, que define as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui uma Base Nacional Comum (BNC-Formação). A discussão iniciada no GT contemplada em uma das edições do Ciclo de Diálogos "AGB Debate - Políticas Educacionais Contemporâneas: O Ensino de Geografia sob ameaça (1988-2021)".
Materiais indicados (além da própria Resolução):
- Nota técnica ANPEGE: BNC-Formação e reformas curriculares dos cursos de licenciaturas em Geografia
- Live ANPEGE sobre BNC-Formação de professores (11/12/2020)
2.3 - Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica (BNCC)
Antes de aprofundar o conhecimento acerca da BNC-Formação de professores, entendeu-se que seria necessário compreender a gênese contextual e as implicações decorrentes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma vez que as "Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Professores para a Educação Básica e a BNC-Formação têm como referência a implantação da Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica (BNCC)" (Resolução CNE/CP nº 12/2019).
Materiais indicados:
- Site da Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
- Live A BNCC de Geografia como uma invasão cultural: tensionamentos freireanos, com Eduardo Donizeti Girotto;
- Artigo A BNCC da reforma do ensino médio: o resgate de um empoeirado discurso de Monica Ribeiro da Silva;
- Artigo Dos PCNs à BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal de Eduardo Donizeti Girotto;
- Artigo Base Nacional Comum Curricular - BNCC componente curricular: Geografia de Marcos Antonio Campos Couto;
- Livro A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias de Luiz Carlos de Freitas;
- Livro Políticas educacionais neoliberais e escola pública de José Libâneo e Raquel Freitas (Org.).
2.4 - Fundeb e Projeto de Lei (PL) 4.372/2020, que o regulamenta.
A partir de demanda de uma associada e a urgência colocada pela aprovação na Câmara dos Deputados de um projeto de Fundeb que previa o desvio da destinação de recursos da escola pública para sistemas privados, nos propusemos a acompanhar a discussão. Felizmente a proposta foi barrada pelo Senado e retornou à Câmara, sendo aprovada com os 100% dos recursos destinados à educação pública. Nos dispusemos a fazer uma leitura sobre o que o projeto de lei de fato propõe e quais outros pontos podem apresentar problemas similares e acompanhar junto com entidades nacionais de educação as ações e possíveis articulações futuras.
Alguns materiais:
1) Fundeb foi desconfigurado e privatizado pela base de Bolsonaro na Câmara, avalia CNTE
Registro da reunião virtual do GT de Educação da SLBH ocorrida em 17 de março de 2021
Participantes (por ordem alfabética inversa): Naiemer Carvalho, Marcela Lacerda, Derly Fontes, Caio Magalhães, Bruno Fernandes e Bernardo Raidan.
O ponto central do encontro é a análise coletiva (portanto, entre as e os participantes) da RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 2010 que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e o Parecer CNE/CEB nº 7/2010, aprovado em 7 de abril de 2010 que lhe dá origem, o qual apresenta um histórico da legislação desde a LDB de 1996 (indica-se leitura prévia dos documentos). A intenção é compreender a gênese e as implicações decorrentes da BNCC, cuja implantação está em pleno curso.
Além deste tema central, serão abordados também:
- pandemia e escola/educação; privatização da educação:
Documento enviado pelo Derly a respeito das diretrizes PBH 2021 → próxima reunião;
Interesses privados sobre a educação, para torná-la setor de acumulação;
- processo de convocação SEE-MG 2021:
Interessadxs se organizarão para tentar entender melhor a situação no estado de MG.
- novas DCNs Geografia. Abaixo, relato da Naiemer enviado por e-mail em 11 de março de 2021:
"Participei ontem da reunião da Comissão de trabalho das DCN e foi muita boa, por isso trago já algumas informações e encaminhamentos para pensarmos na próxima reunião do GT.
O primeiro ponto é que o objetivo do grupo foi ampliado, pois o conjunto das SL presentes entenderam que o debate das DCN não pode estar descolado da BNC- Formação de professores e também da BNCC. Então fomos construindo a proposta a partir deste entendimento. Esse entendimento é o mesmo que temos adotado no GT desde o final do ano passado e isso será importante para os encaminhamentos.
O segundo ponto é que, devido à complexidade temática e às diversas questões relacionadas, será feito um ciclo de debates mensais, iniciando com o tema do histórico da legislação e políticas públicas para entendermos definir a posição de cada uma dessas diretrizes e entender como o processo chegou aonde está no momento. E também para pensarmos coletivamente nas possibilidades de ação e pressão.
Nesse sentido a ideia do ciclo de debates não é uma mesa, mas mais um fórum. A ideia é uma fala de abertura rápida e depois microfone aberto para as falas de todos, como foi na leitura da proposta 1 do chamamento. Então foi feito um documento compartilhado para estruturarmos o ciclo, e os próximos temas. Foram levantadas outras questões com as quais temos lidado no GT também: precarização do trabalho docente, ensino híbrido, financeirização e privatização da educação (pelos grandes grupos e via fundações tbm), formação de professores, entre outros. O documento compartilhado receberá contribuições dos membrxs da comissão até dia 24 e faremos a reunião da comissão no dia 31. O primeiro debate do ciclo será no sábado dia 17/04 às 15 h, via google meets e transmissão no youtube.
Então o primeiro encaminhamento é pensarmos nessa primeira temática, que já está na pauta da próxima reunião, mas já podemos pensar em uma organização e propostas para os outros temas também. E em possibilidades de continuidade das ações e outras articulações.
Para a leitura da legislação indicada, se pudermos já irmos organizando uma linha do tempo e relações acho que seria importante para termos essa visualização. No final de semana vou trabalhar nisso. E pensando no histórico, acabei de ler um texto que trata da reforma de 1971 e da reforma do ensino médio e também dos sentidos e finalidades da escola, quem tiver interesse, está anexo".
O texto referido, enviado como anexo, é O Ensino Médio no Brasil: uma história de suas finalidades, modelos e a sua atual reforma (2017, p. 177) de Maria Rita de Almeida Toledo.
Registro da reunião virtual do GT de Educação
da SLBH ocorrida em 06 de janeiro de 2021
Participantes (por ordem alfabética inversa): Naiemer Carvalho, Marcela Lacerda, Bruno Fernandes e Bernardo Raidan.
De certa maneira retomando a discussão realizada na reunião anterior do GT, em 17/12/2020, no ponto de pauta intitulado "Ensino Híbrido e o que será da docência daqui em diante?", analisou-se a consulta pública que está sendo feita pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) "para a construção do modelo pedagógico a ser desenvolvido na rede pública estadual de ensino no ano letivo de 2021" (SEE/MG, 2021) [1]. O Anexo I apresenta as afirmativas da consulta sobre as quais a/o participante deve escolher entre "Concordo" e "Discordo", sendo que a opção por esta última direciona para uma interpretação sobre o motivo da discordância da/o participante e solicita que esta/e escreva suas ideias de alternativas. Os dizeres apresentados para a discordância também constam no Anexo I.
Em seguida, a discussão foi sobre a deliberação tirada na reunião anterior do GT de "elaboração de texto sobre a escola na pandemia e as questões da formação nesse período". Como não cumprimos a deliberação, foi retomada a discussão do conteúdo proposto para o texto. Em termos gerais, discutiu-se sobre o lugar da escola (sua "função"), real e esperado, na sociedade brasileira. O mote foi o entendimento de que a pandemia colocou a questão para o conjunto da sociedade, na medida em que as/os adultas/os passaram a ter que cuidar integralmente, sem provimento de suporte, das crianças e adolescentes das quais são responsáveis. Por sua vez, crianças e adolescentes afastadas do convívio social direto estão adoecendo física e, sobretudo, mentalmente.
Nesse sentido, Naiemer compartilhou entre os participantes um texto publicado por Dany Santos em seu perfil de Instagram (@quartinhodadany) que ela entendeu convergir com os entendimentos apresentados nas reuniões do GT. As/os demais participantes concordaram. O texto pode ser lido no Anexo II.
A partir do estímulo provocado pelo texto da Dany e das discussões, resolveu-se ainda tentar escrever o texto originalmente proposto na reunião do GT de 17/12/2020 mantendo o objetivo de publicá-lo no AGB em Debate. No entanto, como o prazo de recebimento de propostas se encerra em 08 de janeiro, o não cumprimento dentro do prazo não será considerado motivo para desistir da elaboração do texto pelo GT.
Ao longo da discussão, foram sendo anotadas questões acerca do tema para servir de base à elaboração do texto:
- Assumir que a escola tem sido depósito de crianças (histórica e socialmente) e a contradição com o entendimento de que a escola não o deve ser;
- economia retorna e escola não? Contradição;
- papel da mulher e da sociedade no cuidado - dados de desemprego feminino; se a escola não abre, quem cuida das crianças? Caso Miguel é emblemático;
- se não é depósito, o que é? O que poderia ser? O que precisaríamos?;
- escola como local de apreensão e produção do conhecimento;
- adoecimento das crianças e defasagens de aprendizagem - projeções de décadas;
- escola enquanto serviço essencial - priorização - vacinação dos trabalhadores da educação;
- escola enquanto política pública - segurança contra abusos domésticos, segurança alimentar - dados de violência doméstica e aumento de abusos sexuais;
- histórico das medidas e resposta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) - protagonismo das/os professoras/es? protocolos divulgados da SEE/MG;
- como é difícil pensar este retorno: não existe plano de vacinação (ver Sind-UTE).
No último ponto de pauta, sobre a Resolução CNE/CP nº 12, de 20 de Dezembro de 2019, que define as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui uma Base Nacional Comum (BNC-Formação), as/os participantes entenderam que, antes de aprofundar o conhecimento acerca desta Resolução, é necessário compreender a gênese contextual e as implicações decorrentes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma vez que as "Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Professores para a Educação Básica e a BNC-Formação têm como referência a implantação da Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica (BNCC)" (Resolução CNE/CP nº 12/2019).
A partir deste entendimento, as/os participantes indicaram alguns materiais que ajudam a compreender a BNCC, listados abaixo:
- Live A BNCC de Geografia como uma invasão cultural: tensionamentos freireanos, com Eduardo Donizeti Girotto;
- Artigo A BNCC da reforma do ensino médio: o resgate de um empoeirado discurso de Monica Ribeiro da Silva;
- Artigo Dos PCNs à BNCC: o ensino de Geografia sob o domínio neoliberal de Eduardo Donizeti Girotto;
- Artigo Base Nacional Comum Curricular - BNCC componente curricular: Geografia de Marcos Antonio Campos Couto;
- Livro A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias de Luiz Carlos de Freitas. Resenhas do livro foram escritas por Ana Carla Gomes e Carlos José de Melo Moreira;
- Livro Políticas educacionais neoliberais e escola pública de José Libâneo e Raquel Freitas (Org.)
Estes materiais não são exaustivos sobre o tema, de modo que mais indicações são muito bem vindas.
ANEXO I
Afirmativas da consulta pública feita pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). Realização entre 18/12/2020 e 15/01/2021
01. A Secretaria propõe que a retomada aconteça por meio de semanas alternadas. De forma a respeitar os limites de distanciamento mínimo, bem como o horário de trabalho dos professores, as turmas serão divididas em dois grupos. Na primeira semana do mês, o primeiro grupo de estudantes estará na escola com seus professores, enquanto o segundo grupo realizará atividades de forma remota por meio dos Plano de Estudo Tutorados - PET, videoaulas pela TV aberta e/ou Aplicativo Conexão Escola. Na segunda semana, professores e estudantes estarão em casa com o ensino 100% remoto, para que o professor possa, dentro do seu horário de trabalho, interagir com os estudantes. Na terceira semana, o segundo grupo de alunos estará na escola enquanto o primeiro grupo estará realizando atividades em casa.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda com a retomada das atividades presenciais ocorrer em semanas alternadas. Neste caso, qual é a sua proposta?
02. As atividades presenciais seriam retomadas progressivamente para os estudantes, observando-se a capacidade da escola e as condições adequadas para o atendimento. Na primeira semana de aulas na escola seriam priorizados os estudantes do Ensino Médio. A cada 14 dias, novas turmas seriam atendidas, contemplando os estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais (6ª ao 9ª ano) e em seguida os estudantes do Ensino Fundamental Anos Iniciais (1º ao 5º ano). A Secretaria disponibilizará recursos para que as escolas possam adquirir máscaras para os servidores e estudantes, bem como álcool gel em dispensers para uso na escola, além de garantir o distanciamento necessário.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda com a retomada ocorrer de forma progressiva. Neste caso, qual é a sua proposta?
03. A carga horária escolar (frequência dos estudantes) continuará sendo contabilizada mensalmente por meio dos Planos de Estudo Tutorados - PET. Com vistas a atender estudantes que precisam de uma maior interação com professores e auxílio para realização das atividades, a proposta da Secretaria é que, os momentos presenciais, respeitando todos os protocolos sanitários de segurança, sejam utilizados para tirar dúvidas e sejam optativos às famílias, respeitando a opção daquelas que, por exemplo, possuam em seu núcleo familiar alguém do grupo de risco.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda em contabilizar a frequência dos estudantes por meio dos Planos de Estudo Tutorados - PET. Neste caso, qual é a sua proposta?
04. O Plano de Estudo Tutorado - PET continuará sendo elaborado por uma equipe de professores respeitando os conteúdos previstos no Plano de Curso e no Currículo Referência de Minas Gerais. A estrutura do PET abarcará todos os componentes curriculares (disciplinas) previstos na Matriz Curricular de cada ano de escolaridade e modalidade de ensino. O Plano de Estudo Tutorado - PET continuará sendo disponibilizado de forma digital no hotsite Estude em Casa, no Aplicativo Conexão Escola e impresso para estudantes que não têm acesso à internet. Para atender as especificidades de cada uma das turmas e escolas da nossa rede os professores deverão elaborar e disponibilizar aos estudantes atividades complementares.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda com os materiais que serão disponibilizados aos alunos. Neste caso, qual é a sua proposta?
05. As aulas do programa Se Liga na Educação continuarão sendo gravadas pelos professores da rede, de acordo com o conteúdo dos Planos de Estudo Tutorados - PET, organizadas por área de conhecimento e transmitidas diariamente pela TV aberta (Rede Minas e TV Assembleia), com uma hora de programação ao vivo para garantir a interação entre professor e aluno, bem como disponibilizadas no hotsite Estude em Casa, Aplicativo Conexão Escola e pelo Youtube.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda com o programa Se Liga na Educação. Neste caso, qual é a sua proposta?
06. O Aplicativo Conexão Escola será aprimorado e oferecerá novas ferramentas de interação entre professores e estudantes. Além disso, a navegação no aplicativo continuará sendo patrocinada pelo governo tanto para professores quanto para alunos.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda com o Aplicativo Conexão Escola. Neste caso, qual é a sua proposta?
07. Excepcionalmente, considerando a situação de calamidade pública devido à pandemia causada pela Covid-19, os anos letivos de 2020 e 2021 serão considerados como um ciclo contínuo de aprendizagem. Os resultados da avaliação diagnóstica já realizada e as dificuldades apresentadas pelos estudantes para a realização das atividades dos Plano de Estudo Tutorado - PET serão considerados pelos professores para definição dos conteúdos prioritários a serem trabalhados por meio de reforço escolar e de intervenções pedagógicas adequadas para garantir as aprendizagens essenciais a cada estudante.
Em caso de opinar "Discordo": Você não concorda em utilizar os resultados da avaliação diagnóstica e as dificuldades apresentadas pelos estudantes para a realização das atividades dos Planos de Estudo Tutorados - PET para pensar o reforço escolar. Neste caso, qual é a sua proposta?
[1] SEE/MG. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Consulta pública para construção das estratégias para o ano letivo de 2021 na rede estadual está disponível até 15 de janeiro. SEE/MG, 04/01/2021. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/component/gmg/story/11198-consulta-publica-para-construcao-das-estrategias-para-o-ano-letivo-de-2021-na-rede-estadual-esta-disponivel-ate-15-de-janeiro. Aceso em: 06 jan. 2021.
ANEXO II
Texto publicado por Dany Santos em seu perfil de Instagram (@quartinhodadany)
Escola não é depósito de crianças
- Eu vou te contar por que você tem ouvido o argumento "escola não é depósito de criança" de forma pejorativa: porque absolutamente ninguém quer assumir a responsabilidade de cuidar das crianças coletivamente. Nem a escola. A gente precisa admitir que a escola é um aparato social responsável, sim, por cuidar das crianças. Não estou dizendo com isso que ela deve substituir a família, mas enquanto a criança estiver dentro da escola, é responsabilidade nossa zelar pela integridade física e emocional das crianças. Desde que a mulher saiu para trabalhar fora, a escola se tornou rede de apoio. Às vezes a única que aquela mulher tem. E não há demérito em assumir que se CUIDA de crianças. É por desmerecer, ter vergonha ou não querer assumir esse cuidado que as pessoas que cuidam de crianças são tão desvalorizadas na nossa sociedade: mães, professoras (sim, no feminino, porque professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais é, em sua maioria, mulher), enfermeiras. O pai que realmente cuida do filho é sacaneado em sua rodinha de amigos. É visto como bobo, capacho de mulher. Cuidar é algo vergonhoso, menor e desonroso nessa sociedade que odeia crianças, desvaloriza mães e trata mal seus professores. Ou a gente assume esse trabalho de cuidado (que não é nada muito diferente do que a gente já faz na escola) ou a mulher dá um passo pra trás e deixa de trabalhar fora. Vocês sabem bem que é isso que está acontecendo durante a pandemia: mulheres estão adoecendo e perdendo empregos. É com a escola que mulheres contam para trabalhar de forma remunerada. A escola é um lugar seguro com profissionais qualificados. A escola não tem que arcar sozinha com a educação da criança. É dever da família também. Isso se chama CUIDADO COMPARTILHADO. Inclusive, é o que diz o Art. 227 da Constituição: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."
Leiam ali: dever da sociedade.
De novo: dever da sociedade.
Mais uma vez: dever da sociedade.
E se você acha que o dever da escola é só transmitir informação, é melhor comprar um papagaio.
Registro
da reunião do GT Educação da SLBH em 17 de dezembro de 2020
Tiramos na reunião hoje do GT Educação da SLBH:
- elaboração de texto (p/ AGB em Debate até 08/01/21?) sobre a escola na pandemia e as questões da formação nesse período. André irá dar o pontapé (google docs) apresentando mais redondamente a proposta.
- paralelamente à questão das DCNs, aprofundamento das discussões sobre a Resolução CNE/CP nº 12, de 20 de Dezembro de 2019, que define as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui uma Base Nacional Comum (BNC-Formação). Primeiros materiais indicados:
- Nota técnica ANPEGE: BNC-Formação e reformas curriculares dos cursos de licenciaturas em Geografia;
- Live BNC ANPEGE: 11/12/2020.
- colocar no radar do GT os andamentos do FUNDEB e do Sistema Nacional de Educação.
- compartilhar materiais encontrados sobre as pautas que o GT tem se debruçado.
- criação de um grupo de emails do GT (gt-educacao-agb-bh@googlegroups.com): aberto a interessads.
- Indicativo para próxima reunião do GT: 06/01/2021, quarta-feira, 19h.
Registro
da reunião do GT Educação da SLBH em 18 de novembro de 2020
Presentes: Naiemer Carvalho, Bernardo Raidan, Iale Lauro, Gabriel Bragança e Bruno Fernandes.
Foi discutido o teor do chamamento da DEN aos "Grupos de Trabalho (GTs) de Ensino e Educação da AGB para auxiliarem na construção de um posicionamento" sobre o "edital de chamamento 'Consulta Pública em relação à orientação para as Diretrizes Curriculares de Geografia – Proposta Preliminar 1' (anexo II), com o objetivo de colher subsídios e contribuições para a deliberação da matéria pelo Colegiado". O anexo I é já uma proposta preliminar de Diretrizes Curriculares de Geografia.
Deliberou-se que Naiemer será a indicada pelo GT Educação da SLBH para compor o chamamento da DEN. Assim que a associada souber da data da primeira reunião desse grupo nacional irá comunicar e propor uma reunião do GT da Local em data próxima.
Independente da data, sugere-se às/aos interessadas/os aprofundamento no tema. Novas informações e/ou materiais a respeito devem ser socializados entre as/os participantes.